Quinta-feira, 7 de abril, Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola. Essa matéria trata do Programa Vem Viver - Junto...
Quinta-feira, 7 de abril, Dia Nacional de
Combate ao Bullying e à Violência na Escola.
Essa matéria trata do Programa Vem Viver -
Juntos pela Proteção da Vida, que está sendo desenvolvido em cinco escolas de
Ceilândia. É uma iniciativa da Secretaria Nacional da Criança e
do Adolescente (SNDCA), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD) e o Governo do DF. É gerido pela IECAP -
Agência de Transformação.
Social, que conta com com apoio da Secretaria de
Educação, Secretaria de Juventude, da Secretaria de Desenvolvimento Social,
da Administração Regional de Ceilândia, do CRAS, do CREAS, do Ministério
Público e de instituições privadas.
Hoje, 7 de abril, é o Dia Nacional de Combate
ao Bullying e à Violência na Escola. A data foi criada em 2016 com o objetivo
de chamar a atenção para os problemas causados pelo bullying e
estimular o debate e a reflexão sobre o tema. O bullying é “todo
ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem
motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais
pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando
dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as
partes envolvidas”.
O combate ao bullying e outras formas de
violência infantojuvenil é objetivo do Programa Vem Viver - Juntos pela
Proteção da Vida, que tem como finalidade o fortalecimento da proteção da
criança e do adolescente de Ceilândia e de mais quatro municípios de diferentes
regiões brasileiras, em caráter piloto. Para tanto, o
Programa realiza um diagnóstico dos estudantes em situação de risco,
assim como realiza treinamentos para docentes, estudantes, famílias e
comunidade.
O Programa Vem Viver ainda envolve uma rede
de apoio para atendimento dessas crianças e adolescentes.
No âmbito escolar, o objetivo é capacitar os
professores e a equipe pedagógica para implantação de ações de discussão, prevenção
e orientação para solução do problema.
Intervenção nas escolas
Lançado em Brasília em 29 de outubro de 2021,
com foco na Região Administrativa de Ceilândia, o Programa Vem Viver - Juntos
pela Proteção da Vida é desenvolvido em cinco escolas. É uma
iniciativa da Secretaria Nacional da Criança e do Adolescente (SNDCA), em
parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o
Governo do DF. É gerido pela IECAP - Agência de Transformação
Social, que conta com o apoio da Secretaria de Educação, Secretaria de
Juventude, da Secretaria
de Desenvolvimento Social, da Administração
Regional de Ceilândia, do CRAS, do CREAS, do Ministério Público e de
instituições privadas.
O Programa Vem Viver atua em três frentes:
identifica território com altos índices de violência, integra a rede que compõe
o Sistema de Garantia de Direitos e intervém para a redução
dos riscos de violência infantojuvenil propondo uma metodologia para qualificar
atores-chave em Ceilândia e formar uma grande rede de agentes de
proteção, a fim de garantir os direitos de proteção à vida do público
infantojuvenil.
Atualmente, no DF, é desenvolvido em cinco
escolas parceiras: o CED 11, o CEF 35, o CEF PMRGS, a EC 65 e a EC 12. O
Programa já realizou formações com 168 professores e estima atender 4 mil
estudantes.
Para a secretária de Educação do Distrito
Federal, Hélvia Paranaguá, o Programa Vem Viver chegou em um momento muito
oportuno. “Esta iniciativa do Governo Federal em parceria com o GDF está em
sintonia com as ações da Secretaria de Educação e dos demais órgãos
envolvidos no plano de combate à violência”.
Na Escola Classe 12 de Ceilândia, o Programa
promove uma experiência muito rica tanto para os alunos como para os
professores. Alessandra Lemes, diretora da Escola Classe 12 de
Ceilândia, destaca o engajamento dos docentes. “Estou há 12 anos na direção
dessa escola e os professores estão encantados com todo o cuidado e carinho
que o Vem Viver tem trazido para dentro da escola, tanto no material de apoio disponibilizado como nas dinâmicas propostas
para desenvolvimento das atividades com os alunos, e o que tenho
percebido é que essa troca tem sido muito rica aberto a oportunidade de diálogo
para que possamos trabalhar questões familiares, emocionais e cívicas",
aponta.
Já para a pedagoga da equipe especializada de
apoio da Escola Classe 65 de Ceilândia, Elin Mary, a chegada do Vem Viver
na unidade evidenciou a importância do vínculo e do diálogo entre
equipe, alunos e família.
“Quando se cria um vínculo, abre-se o caminho
para a aprendizagem. A partir de um vínculo de confiança entre aluno e
professor, a gente percebe que eles se abrem não somente para
compartilhar coisas pessoais, mas se abrem inclusive para aprender e até mesmo
obedecer mais em sala de aula e assim influenciar outros alunos”,
avalia.
No Centro de Ensino Fundamental 35 de Ceilândia,
o Vem Viver tem envolvido os estudantes e trazido à tona questões importantes
que precisam ser discutidas, mas que antes não eram tão debatidas. “Eu fiquei realmente impressionada de ver como os
jovens têm vivido cada vez mais cedo situações de violência e abuso, mas
não conseguem abrir essas vivências”, pontua a professora Jeanne Neri, do
CEF 35.
No Centro de Ensino Fundamental Professora Maria
do Rosário Gondim da Silva, a situação se repete. A professora
Alessandra Barros relata que está “impressionada com a recepção dos alunos ao
Programa. Eles realmente se envolvem nas dinâmicas e têm
compartilhado vivências e pontos de vista que nos permite trabalhar em sala
de aula questões que eles levarão para a vida. Dinâmicas simples, porém com
muito poder de reflexão, abrem para nós, professores,
oportunidades de conscientizá-los sobre violência, cidadania, assédio e tantas
outras questões que são muito sensíveis e que por vezes só falamos
diante de um problema já instaurado”, afirma.
Plano de emergência contra a violência
O Plano de Urgência pela Paz nas Unidades
Escolares do Distrito Federal, anunciado pelos secretários de Educação, Hélvia
Paranaguá, e de Segurança Pública, Júlio Danilo, deverá ser
concluído até o dia 27 de abril e implementado até 6 de junho. O objetivo da
iniciativa é coibir a onda de violência nas unidades de ensino da rede
pública do DF.
Apesar de não fazer parte do Plano de Urgência e
Paz nas Escolas, a secretária afirma que dialogar sobre o bullying
e a violência é de suma importância. “Nós temos que buscar as causas que levam
uma criança, um adolescente, a ter um comportamento violento no
ambiente escolar. Muitas vezes, a origem está fora da escola. E ninguém
melhor para dialogar com o estudante do que o próprio professor, que
convive com ele e tem condições de perceber com mais rapidez uma
mudança de comportamento. E esse diálogo vai para além do ambiente escolar e
reflete na família”, afirma.
Por Beatriz Burgos
Nenhum comentário